quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O sossego de um copo de vodka não me é suficiente.
Não mais.

Eu sempre quis algo mais do que algo momentâneo, algo efêmero. Sempre quis intensidade.
Fui intensa em todos os meus atos, desde que me compreendo como gente.
Muitos já me disseram para parar com essa mania de 8 ou 80, que sempre acabo me dando mal.
A questão é que sempre acabo me dando demais, em tudo. Não tem como arrancar algo genético, não tem como modificar toda uma vida assim, de uma hora pra outra. Anos e anos de terapia não serão suficientes pra modificar isso que me define tanto, me faz tanto eu.
O sossego dos copos de vodka por aí adquiridos fora, nada mais, do que coisas de momento. E hoje eu vivo uma eternidade.
Pequenos momentos intensos não me servem.
Quero mais. De tudo!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

É estranho demais perceber que se vive a vida - ou, no mínimo, em função da vida - de outra pessoa. Os problemas da SUA vida não são mais relevantes, afinal de contas, existe outro alguém com uma 'mais interessante' que a sua.
Existe alguém que tem problemas em potencial mais importantes que os seus, que trabalha mais que você, que viveu mais que você e aí é a hora em que você realmente chega ao fundo do poço: você se anula. Anular-se é um ato, por vezes, involuntário. Quando você vê já aconteceu, já tornou-se algo tão normal, algo rotineiro e, algo quase imperceptível aos seus olhos. Por mais que as pessoas digam, que as pessoas comentem, falem, a ficha só cai no seu tempo biológico. Porém, quando seu tempo ainda não chegou, dá uma raiva absurda de quem fica falando sempre, sem parar. Parece que elas desejam sempre o seu mal, desejam sempre sua infelicidade, e daí você pensa: "Caralho, ninguém tá vendo como eu tô feliz?". Mas será que tá mesmo? Será que é felicidade ou uma vontade imensa de ser feliz? Quando você se foca muito em uma coisa, quando você está determinado a fazer algo dar certo, parece que as coisas ruins podem ser minimizadas sem problema, afinal, o difícil é chegar aonde você chegou. Mas que relacionamento não tem uns probleminhas, né? Umas briguinhas, uns afastamentos necessários dos amigos...
Não! Não tem que ser assim, queridos amigos. Quando duas pessoas se juntam é lindo, o normal é que uma complete a outra, uma faça a outra extremamente feliz e realizada. Chega uma hora em que parece que o mundo todo pode acabar, pode desabar, mas se a pessoa amada estiver ao seu lado... o que importa? Acontece que existe um mundo todo lá fora; um mundo de oportunidades construídas, um mundo de amigos importantes - amigos estes que seguraram muitas vezes sua barra, seguraram sua mão quando você precisou e, não se pode deixá-los de lado assim, simplismente - um mundo de coisas que não são o "Eu&Você" criado. Isso é perigoso demais, machuca demais. E ainda mais quando tudo isso só parte de um lado.
Amor próprio é o maior amor que uma pessoa deve sentir.
Quando o seu tempo biológico chegar, coloque todas as cartas na mesa, analíse o quanto você ganha e o quanto você perde, veja se ainda vale a pena continuar em uma relação assim.
"Se for pra ir, vá! O que é verdadeiro sempre volta"

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Doces deletérios

Eu já nem lembro de um dia ter sentido frio.
Pra ser sincera, eu nem me lembro de um dia ter sido sozinha.

Um coração acostumado a apanhar, adimira-se com um afago.
Acaba ríspido - um tanto cauteloso.
Isso é, de certa forma, tolerável. Diante de uma série de experiências negativas.
Mas disso, meu amor, eu já nem me lembro mais

Lembro-me das tardes chuvosas, das noites nunca dormidas, dos abraços apertados, dos filmes ruins, e dos bons também.

Hoje, meu coração procura ser melhor.
Procura ser ainda mais coração pra merecer a companhia do seu.

E essa minha feia mania de te querer exclusivamente, sinto lhe informar, foi consequência de tanto amor.
Um amor que pra muitos pode ser doentio, sufocante e chato. Mas, pro meu pobre coração cajeado, é simplismente o maior amor do mundo.
Diria até que maior que todas as denominações de 'amar errado' que possam colocar-me

Pra mim, e pro meu-seu coração, não existe amar errado.
Existe amar imensamente, loucamete e inconsequentemente. E amar assim, quando se é correspondido, marca uma vida.

Como toda loucura, às vezes detalhes tornam-se exagerados, e é nisso que nós, eu e meu coração, tentamos melhorar.
Tentamos melhorar pra ti, dar-te o melhor e amar-te cada vez mais. Não importa se julgam normal ou não, quero continuar te amando.
É isso: amar-te louca ou normalmente, mas que, de qualquer jeito, seja eternamente.

Eu respiro, vivo e carrego você todos os dias.
Eu te amo muito, e cada dia minha loucura aumenta.

Sou louca.
Louca por você!


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Era apenas um corpo ferido.

Um corpo que, embora não aparente, está com marcas fundas.

É possível enxergar a profundidade dos cortes. O que não dá pra ver é até onde eles chegam.

Coração? Pulmão? Quem sabe...

O sangue jorra. Pausa. Jorra.
É algo pulsante, porém muito desordenado! - A desordem grita!

Gritam todos, não apenas a desordem.

O coração começava a bater em ritmo lento.
O ar já não chegava aos pulmões.

Era apenas um corpo ferido, até alguém tapar os cortes.

Alguém tapou os cortes.
Alguém fez, de forma intima e formidável, o sangue jorrar... em outra veia.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Diário de uma bêbada - Parte I

15 de Abril de 2004 - 04:26 pm

Jurei que não contaria mais quantos maços de cigarros fumaria, mas sou fraca... todos sabem. Hoje foram 4!
Dois durante o dia - nada absurdo. O problema foi essa maldita festa.
Foram mais dois maços. Não me sinto culpada por ter prometido, além de parar de fumar, parar de contar os maços que fodem meu pulmão. É, tendo em vista que... Ah, deixa essa merda de cigarros pra lá.
(...)
Não tenho um pingo de sono e, o que me alimenta agora é um pacote de biscoito velho que eu achei no fundo do armário. E claro, sem esquecer do meu companheiro de sempre, o formidável Martini.
Não sou fina... bebo Martini comendo biscoito recheado às 5:03 da matina. Mas algo me diz que meu telefone ainda vai tocar! Algo me diz que a minha manhã ainda não está completamente divertida, que eu terei mais uma visita além dos bichinhos do pacote de biscoito e do formidável Martini. Cruel essa espectativa!
(...)
Vou abrir a porta. Minha diversão matinal acaba de chegar!
Baisers

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Foco

Via os olhos refletidos na faca afiada
Pensava que iria caber de forma perfeita em seu coração
Já que outras coisas não couberam, a faca iria caber. Cairia como uma luva

Sim, ela também usava luvas
As luvas protegiam do sangue sujar suas unhas vermelho-puta
Protegiam todo e qualquer contato da sua pele fina com alguma coisa
Ou com alguém

Preferia ter contato apenas com a faca
Mas como as luvas protegiam, era melhor deixar pra depois
Não que ela quisesse um depois...

Olhou-se mais uma vez refletida na faca
Olhou-se despida no banheiro

Notou-se tão só quanto seu reflexo.

sábado, 14 de novembro de 2009


"Pra ser sincero, não espero de você mais do que educação. Beijo sem paixão, crime sem castigo, aperto de mão... apenas bons amigos.
Pra ser sincero não espero que você minta. Não se sinta capaz de enganar, a quem não engana si mesmo.
Nós dois temos os mesmos defeitos, sabemos tudo a nosso respeito. Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos.
Pra ser sincero, não espero de você mais do que educação. Beijo sem paixão, crime sem castigo, aperto de mão... apenas bons amigos.
Pra ser sincero, não espero que você me perdoe por te perdido a calma, por ter vendido a alma ao diabo.
Um dia desses, num desses encontros casuais, talvez a gente se encontre, talvez a gente encontre explicação.
Um dia desses, num desses encontros casuais, talvez eu diga: "Minha amiga, pra ser sincero, prazer em vê-la! Até mais!"
Nós dois temos os mesmos defeitos, sabemos tudo a nosso respeito. Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos"

(Pra ser sincero - Engenheiros do Hawaii)